É de mister consentir-se que têm um caráter deveras empreendedor algumas armas da IMI Israeli Military Industries, tais como a pistola Desert Eagle, os acessórios Corner Shot e o "bullpup" Tavor 21.

Calçando o calibre .50 Action Express (12.7x33mm), entre outros dos mais poderosos, a Desert Eagle em .50 é, provavelmente, a pistola semiautomática existente que libera maior quantidade de energia por disparo.

Pondo de lado o “short recoil” e o “blowback”, sistemas de operação comuns a quase todas as pistolas semi-automáticas, automáticas e submetralhadoras, a indústria israelense optou pela operação à gás para fazer ciclar essa volumosa arma curta de cerca de dois quilos de peso desmuniciada. O mais surpreendente acerca da DE, entretanto, está no fato de que a nada barata pistola simplesmente seja bem vendida no mundo inteiro há décadas, apesar de que nunca se duvidou do gênio dos israelenses para negócios.

Vídeo mostrando a DE em ação num estande de tiro: observem-se as labaredas que se propagam para além do cano da arma, bem como o acentuado recuo resultante dos disparos.


Os acessórios Corner Shot são outra criação marcante da indústria israelense de armas, tendo estes ganhado espaço em dois episódios da série de TV por assinatura “Future Weapons”. Os historiadores do futuro interessados em armas de fogo certamente vão legar algum tipo de destaque a tais engenhocas, bem como os colecionadores de amanhã. O conceito dos Corner Shots parece nitidamente tentar oferecer um revide contemporâneo à engenharia militar do Terceiro Reich que criou o legendário Stg 44  sigla derivada de SturmGewehr, literalmente: “Fuzil de Assalto” o protótipo de uma categoria de armas que marcaria o século XX. O Stg 44 incorporava um inusitado acessório que permitia aos atiradores efetuarem tiros de dentro dos CC sem exposição dos seus corpos ao fogo inimigo.

Ora, o acessório Corner Shot, utilizando tecnologia atual, faz o que o referido acessório do Stg 44 pretendeu fazer, quiçá sem grande êxito, há sete décadas atrás. O resultado são configurações de armas deveras extravagantes no aspecto.

Foto do Stg 44 com o
Krummlauf Vorsatz (“Cano Recurvado”)
acoplado ao bocal: uma legenda da indústria militar alemã.










Outra arma israelense que mereceu destaque nos episódios da série "Future Weapons" foi o rifle "bullpup" Tavor 21.

Numa época em que os "bullpups" militares remanescentes já utilizam sistemas frontais de extração baseados no do FN F-2000 para solucionar o problema das cápsulas aquecidas que atingem o rosto e a vista do atirador quando este tenta operar algum dos primeiros "bullpups" com a mão esquerda, o TAR 21 continua corajosamente atrelado à extração lateral, mas há uma explicação: o rifle israelense pode ser configurado para ejetar as cápsulas pelo lado esquerdo ou direito, conforme as necessidades do usuário. Destarte, a arma configurada por um atirador canhoto para seu uso não pode, imediatamente, durante um conflito, ser operada por um companheiro destro, ou vice-versa. Ainda assim, o Tavor é considerado uma arma de quarta geração, já que incorpora trilhos picatinny para acoplar acessórios tais como miras holográficas, popularmente conhecidas como “red dots”, visores noturnos e lanternas. Por conta disso, as fontes mais entusiasmadas comentam literalmente que o Tavor 21 é “cheio de equipamentos eletrônicos”.

O EB tem procurado historicamente “jogar de tabela” com a indústria nacional de armas e a Forjas Taurus está para apresentar a sua versão do "bullpup" israelense em questão ao público. Provavelmente uma arma aceitável para uso policial, embora pouquíssimo adotada no mundo, se o Tavor da Taurus for comercializado a preços interessantes para o poder público [algo pouco provável, em vista dos altos preços de venda do rifle israelense], é possível que venha a suprir algumas policias brasileiras com vantagens amplas sobre a CT-30.


Vídeo da série “Future Weapons” abordando o acessório Coner Shot.